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Textos de Osho

 A FUNÇÃO DOS PAIS

A função dos pais não é ajudar os filhos a crescerem – elas crescerão sem você. A função deles é apoiar, nutrir, ajudar o que já está crescendo. Não indique direções, não dê ideias. Não fale a eles o que é certo e o que é errado – deixe-os descobrir isso pela própria experiência.

 

As crianças são tão inteligentes! Sim, elas precisam de orientação e precisam da sua ajuda – elas são indefesas, mas também são extremamente inteligentes. Por isso os pais têm que ficar muito alertas para saber até onde ajudar e onde parar de ajudar. É bom segurar na mão do seu filho quando ele está aprendendo a andar, mas não continue segurando a mão dele a vida inteira.

A VERDADEIRA  RELIGIÃO

Você já percebeu o quanto a existência tem dado a você?

Não, você tem isto como certo, como se você tivesse feito por merecer, como se tivesse sido uma conquista sua.

Você não fez por merecer. Não foi algo que você conquistou. É um presente, é uma bênção, é simplesmente um ato de amor da existência  ter  lhe dado tanto. E ela está pronta para lhe dar muito mais. Você é que não está pronto para receber.

A religião o impede de ser religioso. Ela o envia para os mosteiros, para os templos, para as igrejas. Ela ensina você a rezar para um deus hipotético com o qual você nunca encontrou, com o qual ninguém jamais encontrou.

O verdadeiro templo está por toda a sua volta, sob as estrelas, sob a verde folhagem das árvores, ao lado do oceano. O verdadeiro templo está por toda a volta e o verdadeiro deus nada mais é que o fenômeno vivo e consciente dentro de você.

Onde houver vida, onde houver consciência, ali está deus.

E quando você chegar à experiência máxima de consciência, você se torna um deus. É direito natural de todo mundo tornar-se um deus, não adorar Deus, mas tornar-se um deus.

Todas as religiões estão impedindo você. Elas não lhe ensinam a ser sem ambição. Elas lhe ensinam a ambição, como se tornar virtuoso para que consiga alcançar o paraíso. Elas não lhe ensinam a não ter medo. Elas lhe ensinam a ter medo, pois se você não fizer certas coisas, será lançado ao inferno e irá sofrer pela eternidade. Todas as religiões são basicamente uma exploração da humanidade. Elas escravizam você, elas o humilham, elas o chamam de pecador e destroem o seu auto-respeito.

Religiosidade é uma humilde gratidão para com a existência.

E porque a existência tem dado tanto a você, existe um humilde auto-respeito; humilde, não egoísta. Você não se vangloria disto.

Ela ensina-o a amar, a estar mais vivo, a brincar mais, a celebrar mais. A sua vida deve ser uma canção, uma dança e uma festividade.

Qual a necessidade de pertencer a um aglomerado? Todas essas coisas são suas experiências individuais, elas nada têm a ver com qualquer aglomerado. Você não precisa ir a uma igreja, você não precisa adorar um deus, você não precisa adorar um livro que está morto e cheio de toda espécie de tolices, estupidez e superstições.

Religiosidade é um fenômeno absolutamente individual. Ele não é algo relacionado a coletividade, você não vai brigar com alguém... ‘Assim, estejam unidos.’ Os muçulmanos têm que estar unidos contra os hindus; os hindus têm que estar unidos contra os cristãos; os cristãos têm que estar unidos contra os judeus. Estas coisas não são religiões. Elas são multidões insanas que querem praticar violência em nome da religião, em nome de Deus.

Certa vez eu estava sentado numa livraria e de repente ocorreu um levante. Do outro lado da rua havia uma loja muito bonita cheia de relógios. E as pessoas começaram a tirar os relógios. E um velho homem estava gritando bem alto, ‘Isto não é correto! Se hindus e muçulmanos estão em luta, vocês podem lutar. Mas tirar as coisas das lojas... Eu não vejo nenhuma religião nisto.’

Eu estava na livraria e o ouvia, mas ninguém estava ouvindo o velho homem. Eu conhecia aquele velho homem; nós costumávamos nos encontrar de vez em quando em nossas caminhadas matinais e conversávamos sobre alguns assuntos. Ele era um homem muito bom e tinha uma abordagem muito filosófica a respeito da vida. Ele era muçulmano e era uma multidão de muçulmanos que estava destruindo uma loja de um hindu. Quando terminaram com toda a loja, ficou restando apenas um grande relógio de parede. Ele era muito grande e ninguém quis levá-lo porque seria facilmente visto. Por onde a pessoa fosse, ele seria visto. Ele teria que ser carregado nas costas. Mesmo assim o velho homem pegou o grande relógio.

Eu não pude acreditar naquilo. Eu me aproximei da loja e disse, ‘Espere! O que você está fazendo?’

Ele disse, ‘O que mais eu poderia fazer? Eles tinham levado tudo e somente restou este relógio. Assim, eu disse para mim mesmo, agora, o que fazer? Eles não me ouviram. Eu tentei de tudo para salvar a loja. Mas quando eu vi que todos os relógios já tinham sido levados, de repente um desejo cresceu em mim - O que você está fazendo aqui, de pé, como um tolo? Pegue este que sobrou e leve para casa -. E eu estou indo.’

Eu disse, Você está perfeitamente certo. Você ganhou isto. Você gritou, você fez o que pode. Você não está roubando, eu sou testemunha. Se surgir algum problema, você pode me chamar. Você fez o seu trabalho, o trabalho religioso de ensinar as pessoas. Ninguém ouviu você e o dono da loja fugiu com medo de ser morto. Agora isto é puro ganho. Você, com sua idade avançada, desperdiçou todo o seu dia. Eu posso ajudá-lo?’

Ele disse, ‘Não me faça sentir vergonha. Este relógio é tão grande e minha casa é tão distante.’

Eu disse, ‘Deixe-me ajudá-lo, do contrário você, sendo um muçulmano, pode ser pego por algum hindu. E ninguém acreditará que você comprou este relógio, numa hora desta em que as pessoas estão levando tudo da relojoaria.’

Ele disse, ‘Você está certo. Então faça uma coisa: chame um táxi, se puder. Ele é muito pesado.’

Eu disse, ‘Eu chamarei um táxi.’ Chamei um táxi. Enquanto estávamos em pé na beira da calçada, muitas pessoas se reuniram para ver o que estava acontecendo. Eu disse, ‘Não há problema algum. Ele ganhou o relógio, ele mereceu.’

Ele se sentiu tão envergonhado quando o táxi chegou e disse, ‘Não, isto não é correto. Ponha o relógio de volta, deixe-o no passeio. Alguma outra pessoa irá levá-lo.’

Eu disse, ‘Alguma outra pessoa irá leva-lo, não importa quem seja. Simplesmente sente-se no táxi e leve-o consigo.’

No dia seguinte, quando eu o vi na praça, disse-lhe, ‘Como vai o relógio?’

Ele disse, ‘Eu não consegui dormir por toda a noite. Ele fazia um tick-tack, tick-tack que me lembrava, - Meu Deus, eu roubei este relógio, contrariamente a toda minha filosofia e todos os meus ensinamentos religiosos -. E eu estava advertindo as pessoas. Isto não é um prêmio, isto é uma punição. E minha esposa ficou brava e disse, ‘Você ficou velho, mas na verdade é um idiota. Enquanto as pessoas estavam levando lindos relógios de pulso, você me trouxe esse tick-tack. Você não consegue nem dormir. Jogue ele fora.’ Minha esposa colocou-o na garagem e eu estou pensando de que maneira posso devolvê-lo.’

Eu disse, ‘Esta é uma boa idéia. Eu devo chamar um táxi? Mas, você não deve ir lá devolvê-lo. Eu irei, senão você será pego.’

Assim, eu fui devolver o relógio. E o homem disse, ‘Como você se envolveu nisto?’

Eu disse, ‘Esta é uma longa história. Mas nós pudemos recuperar pelo menos um: este grande relógio. Quanto aos outros, eu sei quem os levou, eu estava observando. Eu posso lhe dar alguns nomes, mas será muito difícil encontrá-los. Este aqui foi levado por um velho homem, mas a sua esposa não conseguiu agüentar esse ‘tick-tack’. Ele próprio viria trazê-lo de volta, mas eu lhe disse, ‘Isto é perigoso, ainda existe uma tensão no ar.’ Assim, apenas aceite-o de volta. Mas quando a tensão se acalmar, lembre-se que aquele velho homem tentou de tudo, mas por fim o animal saltou à superfície e quando ele viu que ninguém o estava ouvindo, ele pensou, ‘Somente eu estou perdendo, todo mundo está ganhando alguma coisa.’ Pura economia apenas.

As religiões nada mais são que psicologia de massas, psicologia de multidão, e as massas ainda estão em seu estado animal. Elas ainda não são seres humanos. Existem seres humanos individuais, mas não existem multidões que sejam humanas. As multidões imediatamente escorregam, retornam e se tornam inconscientes.

Assim, não existe problema para o indivíduo se tornar religioso. Você só precisa entender o que significa religiosidade:

Seja agradecido à existência e curta a bela vida que o circunda.

Ame, porque o amanhã não é certo.

Não adie qualquer coisa bela para amanhã.

Viva intensamente, viva totalmente, aqui e agora.

E não há necessidade alguma de ser um muçulmano ou um hindu. E você descobrirá um tremendo êxtase crescendo. É o seu paraíso.

O paraíso não está em algum lugar, onde quer que seja. O paraíso é um espaço dentro de você.”

Osho – The Osho Upanishad- Disc. 35 – pergunta n° 2

Tradução: Sw. Bodhi Champak.

 

Na realidade as pessoas não são tão infelizes como parecem. Elas têm muitos momentos de grande alegria, mas são momentos que lhes passam ao lado, elas nunca tomam consciência deles. As suas memórias permanecem cheias de pesadelos. Não é que não existam sonhos belos e visões poéticas, também existem, mas ninguém está lá para reparar neles. Em vinte e quatro horas, acontecem milhares de coisas pelas quais você devia estar grato a Deus, mas nem repara nelas!

Você tem de começar a reparar nelas a partir deste preciso momento. E irá ficar surpreendido à medida que a alegria for crescendo a cada dia que passa e, na mesma proporção, que a dor e a infelicidade forem desaparecendo. Até que chegará o momento em que a vida é quase uma celebração. A dor acontece de vez em quando, mas é uma dor que faz parte do jogo. Não nos distraímos com ela. Aceitamo-la.

A minha experiência é que a vida consiste em 99 por cento de alegria e um por cento de dor. Porém, as vidas das pessoas JB consistem em 99 por cento de dor e um por cento de alegria; está tudo virado do avesso.

Torne-se cada vez mais consciente do prazer, da alegria, das coisas positivas, das flores, que não há mal que bem não traga.

Osho (Corpo e Mente )

PERCEPÇÃO

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